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Mulher; vegetariana; atriz de teatro; e muito mais: Cíntia Vieira

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  • Princesas modernas; Andar em perna de pau é imitar a vida; O uso do microfone; A expressão coporal; Você faz teatro?; Puxa! Não façam isto!; O ganha pão pode vir da alma; O que eu chamo de relação burguesa; etc.
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terça-feira, 19 de julho de 2011

Eu, água? Ele, vinho?

Percebi que quando falamos com amigos sobre relacionamentos entre pessoas muito diferentes, sempre tem alguém para dizer que opostos se atraem, e que um é água e o outro é vinho.
Então como se misturar? Como ficarem bem juntos?
Eu prefiro dizer que “os dispostos se atraem”. E que o vinho quanto mais velho melhor (quando conservado da forma certa) e a água quanto mais jovem mais pura.
Mas também digo a eles que em uma mesa de jantar que se preze sempre deve ter um copo de água para tomar após cada duas taças de vinho. Renovando assim o paladar.
Tudo frase feita. A vida surpreende!
Vejamos, quando falamos em milagres de Jesus, lidamos com o Seu primeiro milagre, a transformação de água em vinho, de modo a dar pouca importância a este por ser, aparentemente, um milagre fácil, de pouca expressão. Eu não acho fácil!
Aliás, é impossível mudar (e nem se deve tentar mudar) a essência de alguém.
A água brota, o vinho é um processo de fermentação, transformação que passa pelo trabalho humano terrestre. Mas sem a água as uvas morreriam e o planeta também.
Eu penso que me relaciono tipo água. Transparente, forte, fria, quente, intensa, qualquer copo limpo serve e não sem gosto, mas pronta para se misturar ao açúcar, aos chás ou aos sucos de frutas. Louca para se misturar.
Eles, vinho. Aroma impar, às vezes seco, tinto vibrante, embriagador, que só se serve em taça, que tem os mais variados gostos, safras e está pronto para se beber. Mas dificilmente se mistura. Vinho é prazer, a água é necessidade e cura.
                      Pense: em que ocasiões você bebe cada uma destas bebidas? Ninguém bebe água em festa.
                           Eu sonho adoçar as diferenças, talvez transformar-nos em um       quentão (água, cachaça, gengibre, açúcar e vinho), sagu (amido, água, açúcar e vinho) ou aquela bebidinha que meu pai fazia pra mim na infância: um copo de água gelada, um dedo de vinho e duas colheres de açúcar.
                             Mas sei que a vida não é assim. O vinho nasceu para o glamour, para estar nas mais variadas mesas e se preparou muito para isto. A água nasceu para cumprir seus vários papéis e seguir seu curso se transformando e buscando abrir caminhos lindos, mas rotineiros.
                            Como estreitar as diferenças entre substâncias santificadas, de mesmo valor, mas tão distintas?
Uma amiga me disse que a vida seria sem graça e sem aprendizado se a troca fosse água com água e vinho com vinho. Ah, quer saber? Não sei se ela tem razão. Nem sei se Jesus fez realmente este milagre da transformação. Mas um milagre eu tenho certeza que acontece. E esta é a graça da vida. Depois de tantas experimentações, a gente volta a degustar e acaba descobrindo que água e vinho são relacionamentos entre os mesmos elementos!
Afinal de contas, água e vinho são líquidos, ingeridos garganta abaixo pelas mãos do destino, e ambos fazem bem ao coração! Você não acha?
08/06/2009. Cíntia Vieira.