Pesquisar este blog

Eu

Eu
Mulher; vegetariana; atriz de teatro; e muito mais: Cíntia Vieira

Bem vindo! Favor ler e comentar os meus textos neste blog. Obrigada!

  • Princesas modernas; Andar em perna de pau é imitar a vida; O uso do microfone; A expressão coporal; Você faz teatro?; Puxa! Não façam isto!; O ganha pão pode vir da alma; O que eu chamo de relação burguesa; etc.
  • Lembre-se: para copiar obras e fotos da internet deve-se colocar a fonte e o nome do autor. Vamos valorizar o artista!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O que fazer em situações onde homens que, já não mais reproduzem atitudes machistas e de opressão, encontram-se por tal motivo isolados socialmente?

MAÇÃS PODRES

"O que fazer em situações onde homens que, já não mais reproduzem atitudes machistas e de opressão, encontram-se por tal motivo isolados socialmente?
Mantê-los excluídos, mesmo que a luta pela emancipação feminina seja uma luta social contra a exclusão, não é reproduzir a lógica sexista que combatemos e que manteve por milênios a mulher restrita à exclusividade do espaço privado?

"...o homem constrói suas prisões e com o tempo acaba perdendo as chaves...”


Dentre os delitos que cometi nestes trinta e dois anos de existência a que estive condenado, o principal crime do qual fui cúmplice e também culpado, foi o de ter sido posto no mundo como homem. E exercido este privilégio. Não lembro quando comecei a preparar o cimento da virilidade, assentar sobre a já existente e sólida base, os tijolos do machismo, subir devagar as paredes da opressão, instalar no concreto armado as grades da “insensibilidade” ou quando perdi as chaves, no momento que me trancava dentro do presídio chamado masculinidade. Nem sei exatamente se as deixei cair ou se as joguei para fora do calabouço. Embriagado e turvo com a ilusão vaidosa de ser "o FORTE rei do castelo chamado mundo"!
Depois de mais três décadas de silêncio nesta masmorra que tantos determinam como virilidade, após um leve murmuro de lamento – ainda sem grito ou choro - percebi que me deram o direito de ser homem e, em troca, me roubaram a possibilidade de não ser nada além disso. Eu era prisioneiro de uma identidade socialmente forjada com grossas couraças e garanto que ganhei muito pouco com isso.


Como todo escravo preso à cultura cristã do machismo, sem saber, eu era só carne e culpa. Se as mulheres vivem presas na intimidade úmida de seus quartos vazios com seus sonhos de bonecas, nós homens vivemos “livres” nas calçadas de ruas desertas do outro, com seus sobrenomes de matrimônios pomposos.


No fundo, vivemos todos isolados numa fortaleza, cada qual em seu canto. O que determina o claustrofóbico drama de cada prisão não é o tamanho das grades e correntes, nem tanto é o espaço territorial no qual estamos inseridos, mas a angústia existente no silêncio que ecoa sem resposta dentro do vazio de cada peito sufocado, de cada grito contido, de cada sussurro não ouvido. E não adianta gritar quando todas as vozes na multidão gritam juntas por socorro. Pois é mais fácil querer salvar o mundo do que tentar salvar a si mesmo.


Agora que aos poucos vou me sentido livre das correntes do machismo, me encontro perdido num limbo, sem saber bem para onde vou. Sei apenas que tenho os rumos de uma vida em minhas mãos, mãos que não podem suportar sozinhas o peso de outras correntes. É o fim da ilusão de ser forte. Não posso mais olhar para trás com medo de sentir-me seduzido a novamente entrar no presídio congelado de velhas emoções e lembranças, se é que havia emoções dentro do frio e do gelo destas lembranças. Não sou mulher e nem mais consigo me definir mais como homem. Definição esta que pressupõe um conjunto de atitudes e valores que não me encontro mais disposto a compartilhar. Em que categoria eu posso me classificar agora? Eis a angústia de quem ultrapassar as barreiras dos gêneros na busca em ser por demasiado HUMANO. Rompi com as correntes e as grades e, junto com a provável liberdade, veio o medo da loucura e a angústia da solidão! Eis, em parte, o que é ser homem e se encontrar do outro lado do espelho. Vejo o abismo!"

Patrick Monteiro
Historiador, orientador social, negro, poeta e feminista.

http://nucleogenerosb.blogspot.com/2009/01/masculinidade-admirao-ingnua.html#more


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mais um texto que eu assino embaixo de Maria Berenice Dias

                      A RAINHA DO LAR
 
"A rainha do lar Assim como os reis e as rainhas “de verdade”, também as mulheres são submetidas, desde o nascimento, a um rigoroso treinamento para o desempenho da missão à qual foram predestinadas. As meninas são vestidas de “cor-de-rosa”, para identificar toda a sua suavidade e doçura. De imediato, furam suas orelhas e lhes colocam brincos, sendo adornadas com laços, rendas e fitas. Afinal, as mulheres têm de ser belas e sedutoras e, além disso, ser meigas, castas e recatadas. Seus brinquedos são bonecas, panelinhas, casinhas, nada mais do que instrumentos que se destinam ao bom desempenho do seu reinado. O único e grande sonho de realização é encontrar o príncipe encantado, casar e ser feliz para sempre, como no final dos contos de fadas, dos filmes de Hollywood ou das novelas de televisão.

Depois de toda uma trajetória de culto ao corpo, que inclui malhação, dietas, academias, e após muita espera e persistência, eis que chega o grande dia. Vestida de noiva com véu e grinalda, é entregue pelo pai ao marido, até que a morte os separe...

Aí começa o seu reinado. Seu cetro é a vassoura, sua coroa, quem sabe, uma lata d’água e seu manto, montanhas de roupas para passar. Como lhe ensinaram, a ela cabe o papel de esposa e mãe, o que não raro se desdobra em cuidar de doentes e idosos. É a responsável pelas tarefas domésticas. Isso inclui limpar, cozinhar, lavar, costurar, fazer compras, além, é claro, de cuidar da educação, da socialização, da saúde e do bom desenvolvimento dos filhos, mas sem descuidar do marido. Porém, essas lides caseiras não são reconhecidas, não gozam de qualquer prestígio social. Por não ser trabalho remunerado, não é contabilizado, não possui valor econômico. Assim, as donas-de-casa são trabalhadoras que não recebem salário, não fazem jus a descanso semanal, limite de jornada, feriados, licenças e nem à aposentadoria ou à previdência social.

A obrigação pelo exercício dessas atividades está ligada à equivocada noção de que elas decorrem da natural divisão do trabalho. Por terem as mulheres o monopólio da função reprodutiva e a capacidade de amamentação, a elas se atribui, com exclusividade, toda a responsabilidade pela criação dos filhos e organização do lar. No entanto, a reserva de papéis diferenciados ao homem e à mulher é uma construção cultural, que acaba gerando uma hierarquização pela mais-valia que se atribui às atividades masculinas pela só razão de que os homens ocupam o espaço público, monopolizam o poder econômico e o político.

Todos olvidam que a mulher desempenha papel fundamental para a subsistência não só da família, mas do próprio Estado, pois é a responsável pela procriação e criação dos cidadãos de amanhã. Seus filhos são a força de trabalho que irá garantir a continuidade da sociedade. Ainda assim, o trabalho feminino não é valorizado.

Quando, apesar de todos esses obstáculos e limitações que as atividades domésticas impõem às donas-de-casa, elas conseguem se inserir no mercado de trabalho, passam a desempenhar dupla jornada. Como não conseguem se livrar de seus encargos familiares, têm menos disponibilidade de viajar, freqüentar cursos, estudar, isto é, menos condições de se qualificar, o que limita salários e dificulta a ascensão profissional.

Não bastasse tudo isso – ou talvez em face de tudo isso – a rainha do lar ocupa uma posição subordinada e de submissão, pois deve obediência ao marido, dono e senhor da casa.

De todo esse reino de sujeição, a rainha, sem dúvida alguma, é sempre a mulher. Até quando? Mister que tome consciência de suas potencialidades e busque sua realização pessoal para além do circuito doméstico. É preciso que desça do trono e se torne uma ativista na luta pela sua dignidade humana."
 Maria Berenice Dias
www.mbdias.com.br

"É necessário o dia da mulher, para não esquecer que há um longo caminho a percorrer: o da cumplicidade."


Maravilhoso texto de :  Maria Berenice Dias
Advogada especializada em Direito das Famílias, Sucessões e Direito Homoafetivo. Desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Vice-Presidente Nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família/IBDFAM. Pós Graduada e Mestre em Processo Civil.
Fonte: Jornal Sutiã de POA.
A VEZ DOS HOMENS
 "Quando se fala no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher - duvido que alguém não tenha ouvido a célebre pergunta: por que um dia para as mulheres? Não há um dia para os homens! Ou ainda, é dito, de forma jocosa que o dia das mulheres são todos os dias; que as mulheres estão invadindo todos espaços e ocupando os lugares masculinos.

De fato, até a bem pouco tempo atrás ninguém sabia que havia um dia no calendário dedicado à mulher. Era uma data que passava despercebida. Afinal, a palavra feminismo era quase um palavrão e nenhuma mulher tinha coragem de se identificar como feminista, sinônimo de mulher feia, mal amada, que ninguém quis, que tem raiva dos homens ou é lésbica.

Claro que as mulheres já vêm conquistando o espaço público e estão conseguindo se inserir no mercado de trabalho. Mas, ainda que tenham um grau de escolaridade superior, recebem remuneração inferior e é difícil o acesso aos postos de poder. Também na política a chamada ‘bancada do baton’ é praticamente nula.

Para obter aceitação a tendência da mulher é copiar o modelo masculino. Ao ocultar suas características femininas, acaba condenada à invisibilidade. Assim, a presença das mulheres não significa aceitação das qualidades que lhes são próprias. O molde ainda é o masculino, e a mulher precisa acomodar-se nele.

Apesar desses ‘avanços’, no reduto doméstico, a relação permanece verticalizada. Os homens não se sentem compromissados com o que diz respeito ao lar. No máximo se dispõem a prestar alguma ajuda, o que significa mera colaboração para o desempenho de atividade que não é sua, é de outrem. Não tem consciência de que as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos são encargos comuns do par. Mas para isso é preciso que as mulheres deixem os homens fazerem o seu papel sem ter medo de perderem seu reinado. Aliás, essa é a grande queixa dos maridos e companheiros: não colaboram com a casa, não cuidam dos filhos, porque as mulheres não deixam, acham que eles não sabem fazer nada. Pudera, as mães nunca permitiram aos filhos brincar de boneca, entrar na cozinha, ou fazer qualquer outra atividade que pudesse comprometer sua virilidade. No fundo, é o velho temor à homossexualidade que torna os homens com tão poucas habilidades para as coisas tidas como femininas.

Assim, acabam as mulheres sujeitando-se à famosa dupla ou tripla jornada de trabalho. Mas a solução está em nossas mãos. Não basta só a mulher mudar, é preciso mudar a forma de educar os filhos. Eles serão os maridos e os pais de amanhã e só serão participativos se lhes ensinarmos que homem chora; que carência afetiva não é sinal de fraqueza; que cuidar de filhos, arrumar a casa, pregar botão, não diminui ninguém. Ao contrário, são atividades absolutamente prazerosas, nada mais do que manifestação de afetos.

Por isso é necessário lembrar o dia da mulher, para não esquecer que há um longo caminho a percorrer: o da cumplicidade."

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Você quer estar na cruz ou batendo os pregos?




Lendo esta frase pensei não na questão religiosa em si, mas em duas faces do ser humano.
“A vitimização é o processo de tornar-se vítima, consciente ou inconscientemente, dentro do curso grupocármico de acordo com a lei de ação e reação, no qual o antigo algoz constrangido sofre as conseqüências dos processos parapatológicos e mecanismos antissociais construídos ou mantidos durante o estágio de interprisão.”
O Carrasco, algoz ou verdugo: “são nomes dados ao funcionário diretamente encarregado da execução de uma sentença de pena de morte.”

Quando algo de ruim acontece, algumas pessoas dizem: ”- eu devo ter crucificado Jejus!”
Quando a pessoa faz o bem e todos esperam que ela faça mais e mais: “- me tiraram pra Cristo!”
Quando alguém está no poder, geralmente diz: “-Quem não comete pecados que atire a primeira pedra!”
Você quer estar na cruz (vítima) ou batendo os pregos (carrasco)?
Primeiramente eu respondi esta pergunta dizendo que eu queria estar batendo os pregos. Como uma posição não sofredora. Mas aí percebi que a culpa de batê-los seria grande.
Então comparei as duas posições.
A Vitimização:
A pessoa que se acha a vítima das situações e foge da responsabilidade de assumir as rédeas da sua vida.
Para a pessoa que se senti vítima parece que os acontecimentos desagradáveis que fogem do  seu controle são  sempre de  origem externa. Exemplos: ele é meu carma; Deus quis assim; meu chefe me sufoca; minha doença me prende em casa; tenho que ficar o dia todo em função dos meus filhos e companheiro.
As soluções que buscam para se libertarem também me parecem ser sempre externas: psicólogos que darão a resposta; Igreja que purifica; benzedores; livros de auto-ajuda; etc.
A pessoa presa na cruz diz que se sacrifica pelo bem alheio e que é tirada pra Cristo. Sente-se alguém “muito bom” que vive a vida dos outros.  Ela esta presa a vida que escolheu ou que diz que escolheram para ela em algum determinado momento de sua vida, mas que não quer ver que já não lhe serve mais. Ela não consegue dar um grito de independência e ressuscitar. Na cruz ela se sente tão boa que os outros se aproveitam disso como se ela existisse para fazê-los felizes e servi-los.
O Carrasco:
A pessoa batendo os pregos está cumprindo um papel também, não foi ela que decidiu crucificar o outro (negro; mulher; fraco; pobre), foi “a sociedade”, foi a “ordem de Deus”que ela recebeu nascendo assim. Ela acha que é o seu papel subjugar os mais oprimidos. Lava as mãos e aceita toda a ajuda que vier deles e não reage sacudindo o crucificado e tirando-o do sofrimento porque ele estar ali a sua disposição lhe convém e lhe dá poder. Pelo menos bater os pregos é uma posição mais confortável e facilita a vida da pessoa a escolher outros caminhos. Mas também faz a pessoa sentir-se culpada e na culpa ela fica sempre ali perto do crucificado. Um dependente do outro.

Na autovitimização do fraco ou na culpa do Algoz, as pessoas vibram tanto um com o outro que assim permanecem. Penso que algumas vezes eles até trocam de papel. Mas voltam logo ao seu padrão. As pessoas vítimas ficam se lamentando da vida que tem e dizendo que alguém é o carrasco que as mantêm presas. Já o carrasco justifica a sua mediocridade dizendo que ele não tem culpa de ser esperto e de ser este o seu papel social e cultural.

Eu prefiro imaginar um momento no mundo aonde Jesus Cristo não seja admirado pelo seu sofrimento e sacrifício e sim pelo ser humano pacífico e forte que foi ou contam que foi. Desejo que quem o pregou na cruz não se culpe disso, pois o universo permitiu que fosse assim, mas repense no daqui para frente e que para crescer como ser humano e fazer o seu trabalho, pode decidir ajudar os outros a ser independentes e não ficar crucificando-os e sugando-os cada vez mais. Ajudá-los a ser livres não mais sendo dependentes deles.


Confesso que acabei de pensar como exemplos de carrascos os maridos opressores e sugadores domésticos, os filhos que deixam as suas mães cuidar deles até na fase adulta  e os pais que crucificam o filho que é “diferente”.  E para vitimização as esposas submissas que não vivem a sua vida, as profissionais que ainda acham que devem acumular todas as funções do lar e as mães que são eternas servidoras.

E você? Quer estar na cruz ou batendo os pregos?Veja bem, não pergunto quem você é, mas sim, quem você quer ser, porque  acredito que podemos decidir mudar a posição que algum dia  escolhemos durante a vida. 


Será que quem estava na cruz não era o carrasco? Será que quem bateu os pregos ou estacas, não era Jesus?  Será que não somos todos nós parte uns dos outros? Talvez a imagem de Jesus na Cruz sacrificando-se por nós seja uma forma de nos oprimir e culpar até hoje. Prefiro pensar nele sadio e vivo levando palavras de amor do que ele na cruz sangrando. 

E chega de “Marias” vítimas da vida do filho, vivendo para ele e por ele. É uma visão de uma mulher que não tinha evoluído ainda para perceber o seu valor e igualdade humana. Falo da Virgem Maria que os “carrascos” procuram para ter em seus lares e  que as mulheres ainda buscam ser para não se sentirem culpadas.

Eu desejo que estas duas faces percebam o seu igual valor no mundo e que consigam cuidar mais da sua vida sem descuidar dos seres que amam. Alguns chamam isso equivocadamente de ser egoísta. Eu não acho. As vitimas podem sair desta posição confortável que justifica a sua infelicidade e o medo interior, e os carrascos podem encontrar o seu valor sem buscar o poder e sem escorar-se em outros seres. Buscar outro ofício.

Não é sofrer que é admirável e nem ser o que aponta as fraquezas dos outros e se aproveita delas, mas sim, ter mais unidade humana na igualdade de sexos, no papel social e no poder aquisitivo. Tudo isto sem cruz, sem pregos, sem martelo, sem vítimas e carrascos, afinal de contas estamos em 2010. Até porque, o objetivo da crucificação não era a morte imediata, mas a lenta tortura, suportável por até quatro dias, o que causa muitas suspeitas se Jesus ressuscitou ou se ele foi tirado da cruz e sepultado vivo. Neste caso o mais  importante não é o fugitivo Jesus ou carrasco frustrado, mas sim a cruz vazia!
Cíntia Vieira.
05/02/2010.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Pelo amor aos animais e por não aceitar a escravidão a que são submetidos para atender as nossas IRREIAS " necessidades", sou vegetariana a 20 anos!


Oficina de teatro para colaboradores de empresas

Foto: alunos no encerramento do curso

A arte que acontece fora começa dentro
Existem milhares de idéias poderosas espalhadas pelo mundo que estão transformando a realidade. São executivos, inovadores sociais, líderes comunitários, permacultores, líderes do setor público, artistas, profissionais autônomos, gente atuante em várias áreas, capazes de combinar a paixão e garra de um ativista com o pé no chão e pragmatismo de um empreendedor. Essas pessoas compartilham entre si o desejo de um mundo melhor, criam idéias para fazê-lo acontecer, e tem muita vontade de realizar isso tudo.
A atriz e diretora Cíntia Vieira, que atua há mais de 17 anos levando suas personagens para palcos, salas, auditórios, salas de treinamento, teatros, empresas, teve a idéia em janeiro de 2009 de trabalhar também como facilitadora de oficina de teatro, algo que já existe, mas para um novo público: funcionários de empresas.

A OFICINA DESMASCARANDO A ARTE EM VOCÊ é mais que uma oficina de teatro para não atores, é um projeto que permiti que a pessoa crie uma mudança interna e descubra ser os artista principal da sua vida. O propósito não é criar um grupo de teatro, mas que através da ferramenta do teatro, dinâmicas de grupo, exercícios e aulas teóricas, aconteça algo que realize a conexão entre as pessoas e que as faça produzir e compartilhar conhecimento.

São aulas de três horas de duração,
para um grupo mínimo de seis pessoas, uma vez por semana, durante três meses para trabalhar: a criatividade, expressão corporal, autoconfiança, perder a timidez, trabalhar em equipe, melhorar a dicção, saber falar em público e se abrir mais para a cultura.
No encerramento eles têm a possibilidade de montar uma peça para apresentar a todos os colaboradores da empresa sobre um tema relacionado com o mercado que atuam.
Entre em contato conosco e vamos criar um mundo melhor.
Vamos mostrar quem é o verdadeiro artista no palco da vida.
www.cintiavieira.com.br



quarta-feira, 24 de março de 2010

Viver é uma obra de arte.

Adenilson;Fabiano;Rogério;Cíntia;Anderson;Adair;Júlio

Em fevereiro de 2010 foi lançado um desafio aos colaboradores da Aços Favorit RS. Um projeto ousado com o objetivo de potencializar o artista que existe dentro de cada ser humano e fazer um show teatral e dançante com 14 colaboradores da empresa. São seis não atores e 4 casais de não dançarinos que aceitaram o desafio de se apresentarem para um grande público na inauguração da filial de São Paulo. Com a direção e roteiro da atriz e diretora Cíntia Vieira( www.cintiavieira.com.br) e Abrazo dança de salão, todos farão o show juntos em São Paulo no dia 26/03/2010. A atriz canoense Cíntia Vieira participou deste projeto em dois momentos, o primeiro através da sua oficina de teatro para não atores preparando-os para se apresentarem para 500 pessoas e o segundo ela será a mestre de cerimônias deste evento em São Paulo com a sua personagem apresentadora Lolita. Cíntia que dirigiu a parte teatral e que será a Lolita no show diz: "Viver é uma obra de arte. Somos artistas no palco da vida humana independente se trabalhamos arte ou não."

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Carta maravilhosa que resgatei do site: http://palaciodasvarandas.blogspot.com




A Lei do Palhaço

Carta aberta do Prof. Sílvio Camerino P. Barreto.
Solar Camerino - Recife - Pernambuco
"Conta certa história que, numa determinada cidade, apareceu um circo. Entre os seus artistas havia um palhaço com um poder de divertir, sem medida, as pessoas da platéia. O riso que provocava era tão bom, tão profundo e natural que se tornava terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas passaram a ser indicados pelo médico do lugar para assistirem ao tal artista, que ele mesmo tinha visto atuar e que possuia o dom de fazer reduzir ou até mesmo eliminar angústias.Um dia, porém, um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o médico. Este, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros de um "jeito perdido" de ser, de tristezas com ou sem causa. O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direcção à porta e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos e sentenciou:"Não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço!

"
Como professor vejo que, muitas vezes, sou esse palhaço, alguém que trabalhou para construir os outros e não vê resultado muito claro daquilo que fez e faz. Tenho a impressão que ensino no vazio ( e sei que não estou só nesse sentimento ) porque depois de formados, meus ex-alunos parecem se acostumar rapidamente com aquele mundo de iniqüidades que combatíamos. Parece que quando meus meninos e meninas caem no mercado de trabalho, a única coisa que vale é quanto cada um vai lucrar, não importando quem vai pagar essa conta e nem se alguém vai ser lesado nesse processo. Aprenderam rindo, mas não querem passar o riso à frente e nem se comovem com o choro alheio.Digo isso, até em tom de desabafo, porque vejo que cada dia mais meus alunos se gabam de desonestidades. Os que passam os outros para trás são heróis e os que protestam são otários, idiotas ou excluídos.É uma total inversão de virtudes, de conceitos.A honestidade não precisa de propaganda, nem de homenagens, precisa de exemplos.
Quem plantar joio, jamais colherá trigo.Quando reflexões assim são feitas, cada um de nós se sente o palhaço perdido no palco das ilusões. A gente se sente vendendo o que não pode viver, não porque não mereça, mas porque não há ambiente para isso. Quando seria de se esperar uma vaia colectiva pelo tombo, pelo golpe dado na decência, na coerência, na credibilidade, no senso de respeito, vemos a população em coro delirante gritando "bis" e, como todos sabemos, um bis não se despreza. Então, uma pirueta, duas piruetas, bravo! bravo! E vamos todos rindo e afinando o coro do "se eu livrar a minha cara, o resto que se dane".Enquanto isso o Brasil, tantos heróis e heroinas, anônimos ou não, mas que diminuíram a dor deste país com a sua obra, levanta-se, caminha em silêncio até à porta, vira-se e diz:"Esse é o problema... eu sou o palhaço".Ninguém tem a felicidade garantida. A vida simplesmente dá a cada pessoa tempo e espaço. Depende de você enchê-los de alegria. ( S. Brown )"

Texto antigo escrito em julho de 2009.


O que eu chamo de relação burguesa
Esta semana alguém me falou de uma sociedade doente e burguesa aonde todo mundo faz tudo sempre igual com uma fórmula fracassada. Isto me fez pensar em muitas coisas que são jogadas para baixo do tapete como vi em um quadro do Salvador Dali.
Quando comecei a namorar descobri a existência da relação burguesa.
Claro, nem todas as relações são deste tipo, existem as raras relações de verdadeiro amor. Mas a maioria das relações adoeceu com o patriarcado.
Para mim, mais do que a família burguesa tradicional e chata, existe a “relação burguesa” que nada mais é do que o “corporativismo” masculino, a “ética” masculina, o “código” dos machos!
Passei muitos anos tentando encontrar na espécie masculina um ser único, diferente que não acreditasse nesta relação macho falida, cujo lema é: “- homem é assim, eu sou homem. Errar é humano.” Como se isto justificasse tudo e todas as suas fraquezas.
Os homens são seres iluminados, fortes, viris, protetores, almas lindas, amigos de verdade, mas quando se trata de amar uma mulher vestem: A MÁSCARA! Eu chamo de máscara aquele rosto que lhe diz que lhe ama, que é fiel a você, que lhe fala toda verdade, que você completa e supre todas as “necessidades” dele e que com VOCÊ ele será diferente do que sempre foi com as outras. Ele não está dizendo uma mentira, ou lhe enganado, é pior que isto, ele está tentando ser amado. Mas dentro dele, ele sabe que mais uma vez ele está no amor da relação burguesa.
E quem você vai amar? Um personagem! Não alguém falso, mas você vai amar o que ele gostaria de ser para você, mas não é. A sociedade faz o modelo e ele acredita que  nasceu assim.
Ainda agem como primitivos. Encontrar amigos (primatas reunidos) no bar, fazer churrasco (assar a caça), fascínio por futebol (correr atrás da caça), contratar prostitutas (sexo animal de poder), happy hour toda semana entre homens (roda em volta da fogueira) e a pior de todas, achar que as despedidas de solteiro não são traição. Aliás, eles acham que não é traição se não envolver sentimento, por isso não aceitam quando mulher trai, porque acham que a mulher só trai se está “apaixonada”. Tem também o que acha que traição apimenta a relação em casa, quebra rotina ou lhe ajuda a sair de um casamento falido.
Ainda tem o raro macho que gosta de estar sozinho. Este mesmo não tendo esta roda de amigos, tem um só amigo ou O Amigo Macho Imaginário, com o qual ele conversa por horas e cuja qual sempre lhe aconselha a seguir seus instintos mais básicos.
Puxa, até quando estes estereótipos vão valer para pessoas evoluídas? Até quando estas muletas vão servir para os machos capengas de amor?
Todos falam em salvar o planeta, salvar a política, salvar as pessoas que passam fome, mas ninguém fala em salvar as pessoas destas relações macho burguesas de máscaras!
O máximo que nós mulheres conseguimos durante séculos, foi pensar que a traição era permitida por que “homem é assim mesmo, mas sou eu que ele ama”! O máximo que nós mulheres conseguimos pensar nos dias de hoje é que devemos fazer igual e para isso pegamos emprestadas as máscaras deles. Tudo doença e  sombra. Somos animais sim, mas em evolução.
Mas o que as fêmeas podem fazer a não ser brigarem entre si pelo “seu homem” e serem cada vez menos “corporativas” e mais competitivas?
Sinto como se eles não pudessem quebrar uma promessa, quebrar um código que todos esperam deles. Promessa que inclui falar algo lindo para sua “amada” e outra coisa bem diferente entre o seu clã de machos “em evolução”. É incrível, mas você pode ver homens maravilhosos, professores da vida, espiritualizados, pais amorosos, maridos enamorados, falando em uma mesa de bar coisas como: comi; fodi; trepei; feijão com arroz todo dia não dá; vou negar o que fiz até a morte; minha mulher jamais pode saber; etc...
Os homens oferecem o melhor deles, carinho, fidelidade (momentânea), amizade, mas NUNCA A VERDADE! E qual verdade? Dizer na cara: “- Lamento amor, mas faço parte da religião, grupo, nação, clã dos machos... Uga Uga....e chegará o dia em que “mim” não poder recusar as que se oferecem..Uga Uga...mim...quer comer mulher...uga uga ...um dia isto vai gritar dentro de mim..uga!!!! E não sei mudar!"
Eu queria tanto que fosse diferente, que cheguei a acreditar na lei da ação e reação. A mulher sendo fiel, amorosa, dedicada, verdadeira, atrairia e mereceria alguém assim.
Mas na verdade a justificativa social é que o “instinto” fala mais alto, ou seja, a relação burguesa dos machos é muito mais forte que eu imaginei. E como para serem amados pelas mulheres eles teriam que romper com os homens e principalmente com o seu melhor amigo, o Sr. Pênis, eles mentem.
Talvez a solução seria entregar os pontos.Caso você não possa vencê-los, junte-se a eles. E é o que a maioria das mulheres tem feito. Dão o troco. Algumas não fazem por vingança, nem por medo ou instinto feminino de querer ser caçada e possuída, mas por cansaço e necessidade de amar um deles, pois tendo o mesmo comportamento, podem aceitar este comportamento neles.
Antigamente eu pensava que existiam três opções para as mulheres: 1) aceitar que ele vai deitar ao seu lado uma noite destas depois de ter experimentado outra mulher, com aquele pensamento: ninguém nunca vai saber e foi só sexo; 2) acreditar que ele nunca faria isto, e se fizesse a culpa o mataria; 3) a vingança feminina devia existir, antes, durante e depois.
 Hoje eu penso que só tem uma saída: homens e mulheres se amarem, acordarem, evoluírem, e acreditar que a monogamia traz  beneficio na alma. Ela deve ser trabalhada, treinada, é uma mudança de caráter! Eu sei, é utopia! Este texto é utópico porque é uma tentativa de ligar este botão em alguém! Eu sei, muitos machos dirão que é egoísmo querer tirar este “companheirismo” dos homens! Mas alguém acredita que eles podem romper com isto e jogar a máscara fora se continuarem unidos e apoiados pela sociedade? Apoiados por nós mulheres e pela nossa falta de união?
Então, enquanto as coisas não mudam, façamos o seguinte: mulheres parem de educar seus meninos como se fossem pênis ambulantes! E não os eduquem seus filhos e filhas com direitos e deveres diferenciados. Dêem bonecas e carrinhos para meninos e meninas! Ambos se preparando para uma vida de cuidar do lar, dos filhos, do trabalho, do carro, etc.
E quem sabe devam de vez em quando, muito de vez em quando, chegar em casa depois de ter experimentado outro homem e pensar que seu companheiro nunca vai saber e que tudo foi só sexo. Ele é quem você realmente ama. Assim, seu ciúme vai diminuir e você vai conseguir perdoá-lo e pode até por alguns momentos se sentir feliz nesta relação doente.
Mas é isto que é amor? É isto que queremos para os homens e mulheres deste século?  Acordem! A vida seria melhor sem a guerra dos sexos, sem o machismo e sem o rótulo de feminista para quem quer a igualdade! A sociedade ainda aceita, estimula e compreende os homens "mulherengos", mas  homens e mulheres aceitam as mulheres que traem? Mulheres também tem "instintos" de caça! Enfim, o amor completo só existe se há fidelidade mutua.
Na verdade eu ainda acredito no ser humano e no merecimento de quem respeita o próximo. Fidelidade de corpos é uma prova de verdadeiro amor e amizade. Não fazer para o outro o que não quer que o outro faça para você. Dizer não a aventura banal e aventurar-se no amor íntegro.
Bem, em resumo, a verdadeira “relação macho burguesa”, mata o verdadeiro amor!

Cíntia.
03/07/2009.